Fotos Christiano Barros


      Christiano Barros tem dividido a sua trajetória entre o ofício de antropólogo, professor universitário, pesquisador e de um militante cultural entranhado nas emergências das culturas populares de Alagoas.  Com esta compreensão, mais do que um simples registro, as suas imagens são flashes, não só de sua trajetória de uma militância comprometida, mas, também, instantâneos, tanto das emergências, bem como das imagens fora de rota das imagens de Sol e Mar.   

As imagens de Christiano: uma narrativa das margens a partir de quilombolas, índios, sagrados e fragmentos urbanos.
      
     No entranhar das palavras, o que se pode traduzir das imagens de Christiano Barros é de serem elas, narrativas híbridas de suas trajetórias do misto de pesquisador, produtor e articulador cultural e do que nele têm se condensado no sinuoso caminho de suas caminhadas e nelas, e por dentre elas, os fragmentos de suas imagens sinalizam para a presença quase fugidia de cenas no sumidouro tempo como que em um relampejar de vidas diante de um perigo. É neste compasso de uma quase congelada espera que se expõe a imagem da Triste Anciã a segurar em um velho quadro enquanto um suporte, a memória de seus mortos. Afinal, poder-se-ia perguntar: quando e como eles sumiram?
            É também enquanto um fragmento, que pode ser traduzido o sorriso encantado da Menininha Quilombola e também ainda – o registro da Árvore Sagrada das cerimônias da comunidade Kariri-Xocó nas entranhas de Porto Real do Colégio lá nos escondidos do Alto do Bode. Também a contrapelo, a imagem do rio São Francisco em seu Deslizardas Águas por dentre as encostas e, também ainda, a Majestosaregistro de Mãe Rosa e a imagem de um Negro Cacique por dentre um sagrado primitivo, o Toré. Em todas, o comum de serem elas, alegorias, resíduos da destruição e presenças (teimosas) de um mundo que existe todo ele a contrapelo.
            Enquanto narrativas, - vale o acento - as imagens de Christiano são fragmentos viscerais de sua trajetória pelas entranhas das Alagoas.  Entranhas de Um sagrado que se oferta por dentre as águas marinhas, ou ainda, pelas entranhas do são Francisco a registrar de um Humano em Sombras de Luz e a escrita sonora dos Bumbas-meu-boi-urbanos nos arruados do bairro lacustre do Vergel do Lago e, finalmente, no registro do Olhar Grafite enquanto um sinal-testemunho das novas e recentes emergências urbanas que têm se proliferado pelos bairros periféricos da cidade.



Clique nas imagens para ampliá-las.

Christiano Barros

Triste anciã

Menininha quilombola

 Árvore sagrada


 Deslizar das águas


 A majestosa


 Cacique negro


 Um sagrado que se oferta


 O humano em sombras de luz


 Bumbas-meu-boi-urbanos


Olhar Grafite

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